Dra. Renata Pinchiari

A importância da Análise facial para utilização do Radiesse

Você sabe o que é análise facial? Esse é o primeiro e mais importante passo para quem busca procedimentos estéticos como a harmonização orofacial!

Como você pode imaginar, o objetivo do procedimento é deixar os contornos do rosto mais simétricos e harmoniosos. Mas já se perguntou como seu dentista faz o planejamento das correções necessárias antes de começar o preenchimento?

Para explicar, vamos voltar no tempo. Tudo começou no Egito antigo, Nefertiti, cujo nome significa “a mais bela chegou”. Ela foi considerada modelo de beleza, sendo talvez uma das maiores referências de estética facial até hoje.

Isso porque seu rosto era perfeitamente simétrico, com uma precisa definição entre cabeça e pescoço. Sobrancelhas sutilmente curvadas, nariz fino, zigomáticos marcados e proeminentes, lábios carnudos.

Essas características estão presentes nos padrões de beleza até hoje. No entanto, a ideia de que todas as pessoas devem seguir exatamente essas exigências está cada vez mais fora de moda.

Análise Facial é mais do que uma adequação ao padrão

Toda pessoa é única. Seu rosto é parte de sua identidade, sendo resultado de uma composição de elementos genéticos e ambientais. Alguns exemplos são:

  • O padrão ósseo;
  • A posição, volume e a qualidade dos tecidos moles;
  • O posicionamento dentário.

Assim, quando o dentista realiza a análise facial antes da harmonização, não deve considerar apenas as proporções consideradas “ideais”, mas sim o rosto do paciente e sua individualidade.

Para isso, é fundamental que o profissional esteja familiarizado com essas estruturas. Além do conhecimento anatômico, é preciso experiência e um olhar treinado para entender quais modificações poderão tornar os traços mais harmônicos sem eliminar elementos importantes para a identidade do paciente.

Todas as pessoas conseguem reconhecer um rosto esteticamente agradável, mas poucas são capazes de explicar porque o acham bonito. Desvendar quais características levam a uma estética facial ideal tem sido o propósito de muitos estudos.

Diversos autores relacionam a beleza à proporção áurea e a parâmetros ideais de harmonia, proporcionalidade e simetria entre os componentes faciais.

Tipos de análise facial

A beleza é subjetiva a cada indivíduo. Apesar de existirem padrões, convenções sociais e até mesmo tentativas matemáticas de explicar as proporções ideais, o consenso nunca irá existir.

Assim, existem diferentes tipos e técnicas de análise facial.

A análise subjetiva depende de extrema experiência e sensibilidade, pois durante a consulta de avaliação e o exame clínico o profissional já consegue delinear um diagnóstico e plano de tratamento para seu paciente.

Já na análise objetiva envolve registros através de fotografias e vídeos. Atualmente é facilitada por ferramentas digitais, que permitem a chamada análise facial digital. As fotografias são a base para a análise facial.

A análise facial digital, além de facilitar o diagnóstico, aumenta a segurança no planejamento e na execução de procedimentos. Contudo, melhora também a comunicação com o paciente a respeito dos procedimentos propostos na estética facial.

A matemática da simetria facial

Para determinar se um rosto é realmente bonito, o cirurgião plástico Steven Marquardt criou uma máscara, denominada Máscara de Marquardt ou Máscara de Phi, fundamentada em sequências matemáticas.

Essas sequências matemáticas são baseadas no “triângulo de ouro”, proporção áurea, tendo a relação do lado maior pelo lado menor de 1:1,618. A máscara deve ser projetada sobre a imagem do rosto do paciente, tornando possível analisar os elementos que deveriam ser modificados para que, a face assuma proporções perfeitas.

Vale lembrar: esse método foi inicialmente desenvolvido para o padrão de raça branca europeia, portanto, acaba não atingindo todos os padrões faciais devido à grande miscigenação de raças. Assim, hoje esse não é o método mais recomendado, especialmente em um país com tanta diversidade racial como o Brasil.

Qual é a melhor forma de realizar a análise facial?

As referências faciais têm sido desenvolvidas para tornar possível a obtenção de melhores resultados, dando ao paciente a melhor face e o melhor sorriso possíveis. Esclarecendo as possibilidades e limitações de cada caso, eliminando, dessa forma, expectativas irreais.

As medidas que enquadram as características faciais como dentro dos padrões de normalidade servem de parâmetro para se delinear um plano de tratamento para o paciente.

Apesar de ferramentas digitais ajudarem a entender quais são os traços que desviam dos padrões de normalidade, o ideal é unir as análises objetivas e subjetivas. Principalmente, o dentista deve ouvir as queixas, limitações e expectativas de seu paciente.

Não existe apenas um tipo de beleza. Então, o objetivo deve sempre ser priorizar o bem-estar e auto-estima do paciente.

Análise facial e gênero

A expressão de gênero é extremamente importante para o bem-estar e auto-estima. Com a adolescência, os hormônios sexuais começam a surgir e há modificações na face (características sexuais secundárias), que nos permitem distinguir a face feminina da masculina.

A testosterona estimula o aparecimento de pelos faciais e crescimento ósseo. Como resultado, os homens têm ângulo mandibular, mento e arco superciliar mais proeminentes.

Já o estrogênio torna-se responsável por dar volume aos lábios e ao maxilar. A face assume um aspecto menos arredondado e o crescimento ósseo faz com que os diastemas e o sorriso gengival desapareçam.

Essas características devem ser consideradas durante o processo de análise facial. O profissional deve estar atento aos padrões estéticos vigentes, além de ter domínio e conhecendo proporções e simetrias ideais que os levem a reconhecer a beleza de forma atemporal.

Conclusões

Conhecer as referências estéticas faciais é fundamental para diagnóstico, plano de tratamento e como ferramenta de comunicação. No entanto, não é tudo!

Esse conhecimento deve ser somado ao bom senso clínico do profissional envolvido e às expectativas do paciente para que o tratamento tenha os melhores resultados possíveis. Isso exige muita conversa!

Por isso, é fundamental escolher um dentista que conheça muito bem a anatomia e referências estéticas. E, claro, que possua boas habilidades de comunicação, faça com que você se sinta seguro e confortável com o planejamento da harmonização orofacial.

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