O Botox, ou toxina botulínica, está entre os tratamentos estéticos mais famosos e procurados do mercado. A seguir, você descobre mais sobre essa terapia e tira suas dúvidas sobre as injeções.
Como surgiu o Botox?
O uso da toxina botulínica para a estética é relativamente novo. No entanto, a literatura registra seu uso terapêutico já no século XIX.
Justinus Kerner, um médico alemão, concluiu que a toxina era capaz de interromper a transmissão do sinal do sistema nervoso periférico e simpático, preservando sua estrutura sensorial. Ele chamou isso de “veneno de salsicha”, porque foi isolado em indivíduos que tinham intoxicação alimentar.
Botulinum é um derivado da palavra do latim para salsicha (botulum). Em 1870, outro médico alemão, John Muller, nomeou esta doença de Botulismo.
Com base nesses estudos, em 1897, a publicação de Van Ermengem estabeleceu as bases para a pesquisa sobre o botulismo que levaram as medidas de conservação de alimentos que ainda usamos hoje.
No século XX, em resposta à ameaça de armas biológicas durante a Segunda Guerra Mundial, cientistas americanos foram capazes de purificar a toxina para uso militar.
Em 1973, a forma purificada da toxina botulínica (TXB-A) foi usada em experimentos médicos em primatas, onde foi injetada nos músculos extraoculares para paralisar com segurança um determinado músculo, por exemplo.
Em 1977, mediante autorização prévia dos participantes, foi testado em seres humanos por meio de injeções nos músculos extraoculares para tratar efetivamente casos de estrabismo.
Naquela época, os pesquisadores foram capazes de confirmar que, quando injetada, a toxina botulínica resultava em relaxamento muscular, bloqueando momentaneamente o movimento muscular anormal, portanto, corrigindo o problema.
Como resultado desse estudo, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aprovou o uso da toxina em 1989.
Finalmente, em 2004, esta mesma instituição aprovou e liberou seus pedidos para o tratamento de distúrbios incluindo estrabismo, distonia cervical, hiperidrose axilar primaria e blefaroespasmo.
Depois de ser usado como um medicamento terapêutico, os profissionais começaram a utilizar a toxina para fins cosméticos. Foi o casal canadense, Jean e Alastair Carruthers, oftalmologista e dermatologista respectivamente, que observou a melhora das rugas em pacientes tratados por indicações terapêuticas, como blefaroespasmo.
Com base em suas observações clínicas, eles começaram a avaliar a toxina para fins cosmecêuticos e, em 1992, publicaram um estudo sobre as aplicações cosméticas da toxina, estimulando seu uso.
Após sua aprovação para uso cosmético pela FDA, em 2002, vários estudos controlados randomizados foram realizados e evidenciaram a eficácia e segurança da toxina quando utilizada para esse fim.
Os resultados foram extremamente positivos e mostraram que o procedimento simples apresentou excelentes resultados estéticos. Desde então, o uso cosmético da toxina botulínica evoluiu e se expandiu em todo o mundo.
Uso cosmético da toxina, nosso famoso Botox!
Com o objetivo de suavizar e, principalmente prevenir o aparecimento das rugas de expressão, o Botox passou a ser utilizado em procedimentos estéticos. Entenda como funciona a seguir:
São aplicadas pequenas doses de toxina botulínica, totalmente seguras, em alguns músculos da face. Sendo assim, o objetivo é controlar a contração muscular, a qual é responsável por formar rugas e sulcos na pele.
Uma vez que relaxamos esse músculo, não irá exercer força de contração, eliminando ou amenizando as rugas dinâmicas (que aparecem ao movimento facial, de mímica).
As rugas chamadas de estáticas, aquelas que mesmo em repouso, já marcaram a pele não são tratadas com toxina. Nesse caso, será recomendado o tratamento com os bioestimuladores de colágeno.
Possibilidades de uso na face:
- Linhas de expressão na testa
- Rugas verticais entre as sobrancelhas (cara de bravo)
- O famoso pé de galinha, nas laterais externas dos olhos
- Rugas no nariz (bunny lines)
- Sorriso gengival
- Elevação das comissuras bucais (Sorriso triste, linhas de marionete.)
- Celulite no queixo
- Arqueamento de sobrancelhas
- “Empinamento” do nariz
O que é o Lifting ou Efeito Nerfetiti?
Se você tem pesquisado sobre o Botox, provavelmente já se deparou com esse termo. Vamos explicar:
Essa técnica baseia-se na aplicação de Botox em áreas específicas do músculo platisma, provocando seu relaxamento. Dessa maneira, acontece o efeito lifting do pescoço e a melhoria do contorno mandibular.
A técnica recebeu esse nome devido à rainha egípcia Nerfetiti, cujos traços e contornos bem definidos em seu perfil foram eternizados no famoso busto, encontrado em 1912 em Marna, no Egito.
Conheça os benefícios da toxina intradérmica
A toxina botulínica, além de ser utilizada para diminuir a hiperatividade muscular, também tem sua função transcutânea. Ou seja, através do microagulhamento. Há estudos que demonstram a ação direta da toxina em estruturas como os fibroblastos, melanócitos e queratinócitos.
Funções da toxina intradérmica:
- Estimular a produção de matriz extracelular como colágeno, elastina e ácido hialurônico
- Diminuir MMPs
- Diminuir produção de sebo
- Diminuir poros
- Diminuir manchas, como melasma e manchas solares
- Diminuir marcadores inflamatórios
Toxina no tratamento do bruxismo
O uso da toxina botulínica no tratamento de bruxismo é indicado para aliviar a dor muscular relacionada a movimentos excessivos e repetitivos de ranger os dentes e apertá-los. A aplicação dá-se nos músculos masseter e temporal anterior, diminuindo a capacidade de contração dos mesmos.
Dessa forma, a ATM não é forçada, diminuindo a dor e o apertar dos dentes.
Através de um bloqueio neuromuscular, a toxina interrompe a comunicação entre músculo e o nervo. Portanto, ela diminui a intensidade dessa contração, melhorando a rigidez muscular e promovendo o alívio da dor facial, com menor intensidade, frequência e duração dos episódios de dor.
Resultado e duração:
O resultado do tratamento com a toxina não é permanente. A aplicação começa a perder seu efeito por volta de 3 a 4 meses, devendo ser realizada nova aplicação.
Os efeitos adversos são mínimos, sendo assim, mais comum o aparecimento de vermelhidão, hematomas, leve edema, cefaleia que irão desaparecer em alguns dias após a aplicação.
Cuidados pós aplicação:
- Não se deve deitar ou baixar a cabeça durante 4 horas
- Não passar maquiagem ou outro tipo de cosmético no rosto
- Não massagear nem esfregar a área tratada
- Não fazer exercício físico ou carregar peso em demasia durante 24 horas.
O melhor jeito de determinar qual o tratamento ideal para você é consultando um especialista. Assim, será realizada uma avaliação individual, garantindo a terapia mais adequada para suas necessidades.