Dra. Renata Pinchiari

Olheiras (hiperpigmentação peri orbicular) e Protocoll

Olheiras Dra Renata

A Hiperpigmentação periorbital (HPO) é conhecida de diversas outras maneiras, como: melanose periorbital, melanose periocular, hiperpigmentação palpebral, pigmentação periocular, melanose infraorbital, hipercromia cutânea idiopática da região orbital. Em outras palavras, as temidas olheiras.

Esse é um problema que acomete ambos os sexos, sendo mais frequente, no entanto, em mulheres.

Uma das principais áreas a mostrar sinais do envelhecimento é a região periorbital, e frequentemente os pacientes procuram o conselho de profissionais capacitados. Essa procura normalmente começa por volta dos 20 anos, bem antes de procurarem outros procedimentos para rejuvenescimento, por exemplo.

A Hiperpigmentação periorbital é uma das queixas mais difíceis de tratar. Portanto, em muitos casos, existem poucas informações em relação à etiologia e não existe um tratamento considerado padrão-ouro para solucionar o problema.

A hipercromia periorbital é de propriedade complexa com etiologia multifatorial e que possui uma base de conhecimento em expansão. No entanto, a hipercromia está presente bilateralmente e simetricamente ao redor dos olhos, porém, a gravidade clínica da etiopatologia pode variar. Um olho pode estar mais comprometido do que o outro, podendo afetar as pálpebras superiores e inferiores ou ambas e estender-se à glabela e parte superior do nariz.

Quais são as causas desse problema?

Não existe uma etio patogenicidade esclarecida para a hiperpigmentação periorbital. Como resultado, muitos fatores etiológicos foram sugeridos, como transmissão genética, excesso de exposição solar, hiperpigmentação pós-inflamatória, excesso de vascularização subcutânea, hipertransparência da pele, edema periorbital e herniação da gordura palpebral.

A hipercromia palpebral interfere na aparência facial, dando ao paciente um aspecto de cansado ou triste, por exemplo. As hiperpigmentações periorbitais podem resultar em dificuldades na aceitação social, levando a um impacto na qualidade de vida do individuo.

Portanto, veja algumas das causas mais comuns para o problema:

Hiperpigmentação pós-inflamatória:

É uma forma de hiperpigmentação devido à fricção, ou ao ato de coçar a área periorbital. Certamente, visto em pessoas com dermatite de contato atópica ou dermatite alérgica. Também pode ocorrer após tratamento com agulhas na região ou cânulas, uso de fios de sustentação, skinbooter, entre outros. O aspecto é arroxeado, como o de um hematoma.

Edema periorbital:

A característica esponjosa da pálpebra contribui para que se acumule líquido na região, levando ao edema. Assim, ocorre piora na parte da manha ou após refeição contendo sal. Possui cor arroxeada.

Aumento no depósito de melanina:

O escurecimento das olheiras dá-se pelo depósito de melanina na região. Exposição solar, influencias hormonais, pós-parto e genéticas, além de processos inflamatórios, produzem melanina, por exemplo. Na maioria das vezes, o problema é recorrente.

São comuns em pessoas com pele morena, e apresentam cor marrom. Temos aí presente, muitas vezes, o melasma.

Aumento na visibilidade dos vasos:

Como nas pálpebras a pele é muito fina e não ter tecido gorduroso subcutâneo, é comum, por exemplo, vermos os vasos sanguíneos dessa região. O escurecimento ocorre devido à proeminência do plexo vascular contido nos músculos.

Envelhecimento com aumento da elasticidade da pele:

Com o envelhecimento, ocorre a diminuição do tecido gorduroso subcutâneo e o afinamento da pele ao redor da orbital ocular. Isso leva a um aprofundamento e à sobreposição da pseudoherniação de gordura infraorbital. Portanto, esses processos acentuam o sombreamento da fossa lacrimal, dependendo das condições de luminosidade.

Existe tratamento para a hiperpigmentação periorbital?

Como vimos, as causas para o aparecimento das olheiras podem ser muito diversas. Dessa forma, para determinarmos um tratamento de hiperpigmentação periorbital, classifico as olheiras em quatro tipos:

Olheira estrutural:

Essa classificação é conferida às olheiras que aparecem por características anatômicas. Certamente, com o passar da idade, temos reabsorção e remodelação óssea da borda inferior da órbita, perda do compartimento de gordura da região e também a frouxidão ligamentar. Fora as “bolsa de gordura” e “bolsa de água” (edema/retenção hídrica) que podem aparecer.

Todos esses fatores conferem um aspecto de olho fundo e cansado, pois há depressão anatômica e faz-se uma sombra na região Vascular.

Elas costumam aparecer na infância, rosadas ou arroxeadas. Depois disso, o principal componente nesse tipo de olheiras é a vascularização pálpebra excessiva e, como a pele é muito fina na região e não possui tecido gorduroso, os vasinhos são visualizados por transparência.

O tratamento pode ser realizado através do estímulo de colágeno, a fim de ganhar espessura dérmica.

Traumática:

Quando há extravasamento sanguíneo, ocorrendo hipercromia cutânea em decorrência da hemossiderina, dá-se o que chamamos de Hiperpigmentação pós-inflamatória. Algumas das causas mais comuns são o uso de agulhas, uso de fios e skinbooter. Além disso, também podem ser causadas pelo hábito de coçar olhos, dermatite atópica e dermatite alérgica.

Para esse tipo de problema, o tratamento com Ácido Tioglicólico oferece ótimos resultados.

Pigmentar:

Esse tipo de olheiras escuras se dão pelo depósito de pigmento, ou seja, melanina. Exposição excessiva ao Sol, influências hormonais e processos inflamatórios podem aumentar a produção de melanina. Na maioria das vezes, esse é um problema recorrente.

Com cor marrom, essas olheiras são comuns em pessoas com pele morena. Entre as causas, destaca-se a tendência genética. Também pode-se encontrar Melasma nesses casos.

Existem algumas opções de tratamento, incluindo ácido tricloroacético, ácido tranexâmico, mandélico, hidroquinona, cysteamina e ácido kojico. Lembrando que devemos associar as técnicas dos peelings e clareadores de forma consciente.

Mista:

Essa é a classificação utilizada quando se misturam características dos tipos acima citados.

Como tratar as olheiras?

Tendo em mente os diferentes tipos de olheiras, é importante considerar que o melhor tratamento para seu caso deverá ser recomendado por um especialista

Se forem olheiras estruturais, formada por características anatômicas, é possível utilizar preenchedores faciais, como ácido Hialurônico ou a “misturinha” de acido hialurônico com hidroxiapatita de cálcio. Particularmente, prefiro a opção da mistura, por tratar a região de calha lacrimal, CK3, premaxilar e arco zigomático.

Para as olheiras vasculares, pigmentares e mistas, temos o Protocoll. Essa consiste em uma técnica desenvolvida pela Dra. Valeria Dalcoll, onde temos a indução de colágeno associada a outras terapias. Através da combinação de técnicas, conseguimos tratar essas hiperpigmentações, realizando os peelings e o homecare do Protocoll de acordo com a necessidade do paciente.

Peelings do Protocoll no combate a hiperpigmentação periorbital:

Um número crescente de peelings surge continuamente, modernizando os que já existem, fazendo associações ou criando formulas, como é o caso do Protocoll, para atender o paciente e obter um resultado eficaz.

A descamação terapêutica e controlada provocada por esses procedimentos é uma poderosa arma para tratar várias doenças e transtornos estéticos. Suas indicações são o tratamento de manchas, cicatrizes e rugas finas, por exemplo.

Aqui há algumas modalidades de peelings do Protocoll:

Peeling de acido retinoico:

É indicado nos casos de fotoenvelhecimento leve a moderado, melasma, acne, cicatrizes superficiais e Hiperpigmentação pós-inflamatória.

Seu mecanismo de ação na hiperpigmentação periorbital se caracteriza por:

  • Afinamento e compressão do extrato córneo.
  • Dispersão da melanina na epiderme

Como resultado, em uma máscara que deve permanecer na pele de 4 a 8 horas.

Peeling de acido tioglicólico:

Seu uso tópico aborda as hipercromias causadas pela hemossiderina. Possui afinidade ao ferro, tendo a capacidade de quelar esse ferro da hemossiderina, por apresentar o grupo tiólico.

Trata-se de um ácido orgânico. Como reagente para peelings químicos, certamente, pode ser usado na abordagem da hipercromia constitucional peri orbicular de cor ocre.

Os peelings seriados e progressivos de acido tioglicólico apresentam-se como ferramentas terapêuticas seguras e eficazes no tratamento de hipercromasias periorbitais.

Peeling de Acido Tranexâmico:

Na forma de peeling, de injeções intradérmicas ou de uso domestico, o acido tranexâmico é indicado para o tratamento de melasma e de manchas amarronzadas em volta dos olhos.

Peeling de acido tricloroacético (ATA):

O ATA é um tipo de peeling que precipita as proteínas da epiderme, causando necrose por coagulação. É um peeling muito versátil, com excelente ação no rejuvenescimento e melhora de cicatrizes, tratamentos de queratoses actínicas e melasma.

No Protocoll, ainda encontramos outros clareadores e antioxidantes combinados como a hidroquinona, acido Kojico, acido mandélico, silício orgânico e acido ferúlico, hentowhite, entre outros, que irão nos auxiliar no tratamento da hiperpigmentação peri orbicular.

Lembrando que todo tratamento deve ser realizado por um profissional altamente capacitado, com o entendimento para formular um protocolo individual e especial ao seu paciente.

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